quarta-feira, 29 de abril de 2015

Não sou filha de professor. Ou, talvez, seja filha de muitos: de tantos que passaram na minha vida. Mas acima disso, sou irmã de professora. Machuca tanto quanto o coração. Porque minha irmã é uma dessas jovens que foi atrás do sonho e acreditou nele, e apesar de tantas injustiças, não quis trocar de caminho. Professor é uma profissão muito perigosa. Essa coisa de ensinar a pensar assusta os ortodoxos. Faz tremer as bases de um sistema falho. Quando tentam calar a boca daquele professor que luta por melhores condições, por algo que torne sua condição de trabalho digna, olho para o lado e sinto como se estivessem tentando calar a voz da minha irmã. Olho para trás e sinto como se estivessem apedrejando aqueles que me guiaram. Tentam calar aqueles que nos ensinam a falar. Mas a luta contra a tentativa de calar nossos professores deve ser visível: pelo meu saber e pelo meu direito de falar, eu não vou deixar.

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