sábado, 28 de março de 2015

Já acreditei que as estrelas fossem sempre um sinal do presente. Mas talvez, não. Talvez sejam apenas um sinal pro presente; pra gente. Vejo um significado muito forte na questão de que elas brilham mesmo depois da própria morte, elas já não existem mais: só o brilho. Seria isso então que mais encanta no céu estrelado? Essa mistura de histórias que já existiram e terminaram com histórias que recém começam a brilhar?
Eu acho o céu assustadoramente bonito. Nas noites geladas em que eu paro para olhá-lo, fico pensando em extremos instáveis, me perco, mas me identifico. Quão pequena é nossa vida comparada à imensidão? Quão grande ela é quando o conceito do brilho é extremamente subjetivo? Eu me perco.
Me perco no infinito do céu e das coisas que vou cultivando dentro de mim. Permito me perder. Me perco na instabilidade de não saber o que ainda existe ou apenas é um reflexo do que existiu. Me permito chorar. Permite se perder comigo?

Me dá a mão e vem comigo! Apaga a luz e vem comigo! Correr pelo céu, nas estrelas tocar :3


sexta-feira, 27 de março de 2015

Eu sou algo entre leoa e gatinha. Algo entre o rugir e o miar. Eu sou os extremos também.
Acordo leoa: hoje sou dona de mim, e ninguém vai me dizer o que fazer, nem pra onde ir. Caminho decidida. Protejo os meus, sou a minha própria segurança. Ninguém vai levantar a voz pra mim, vou rugir. Minha juba é travesseiro, deixo que deitem aqui os que precisarem um pouquinho desse leão que tem dentro de mim. Cuido.
Então, vou dormir gatinha. Me enrolando num cobertor e pedindo carinho. Quase implorando pra que alguém me faça ronronar, porque preciso de colo, porque sou como uma gatinha miando por carinho na barriga. Soberana. E frágil.
Felina em tempo integral. Olho analisando, pedindo. Guardo as respostas. Esse território é meu, ou não me pertence. Eu fico, ou vou embora. Essa metade não pode ser minha. Tem que ser por inteiro. Tem que ser leão. Ou gatinho.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Ele tem os olhos que mais me emocionam em algum tempo. São lindos, de verdade. E eu nunca os vi! Mas são os nossos olhos que tornam o que vemos bonito, então, eu sei, são de fato muito bonitos.
Mas acho que é isso mesmo. Acho que eu tenho essa loucura toda dentro de mim, e já que tenho, quero que ela sirva pra algo. Eu sou de abraçar o mundo. Gritar por problemas que estão longe de serem meus. Eu quero que tudo se transforme pra melhor. Se não der pra ser na minha vida, que maravilha poder ver isso na vida de pessoas que amo: que muitas vezes, nem conheço.
Esse é um segredo. Porque essa loucura é a que mais faz pessoas se afastarem. Parecer vulnerável assusta quem está perto e se sente capaz de nos machucar. Eu sou instável. Eu mudo, eu grito, eu choro, fico braba, volto atrás. E humana. Mas juro que sou muito forte. Muito capaz de machucar qualquer um que abra pra mim um espacinho em si: eu sou louca. E não machuco. Eu quero é cicatrizar.
"Que minha loucura seja perdoada, porque metade de mim é amor. E a outra, também."


domingo, 1 de março de 2015

Talvez esses sentimentos ruins, por si só, não passem. E talvez aquele cara que foi muito idiota, não pague nunca pelo que fez e muito menos se arrependa. Não vai ser justo. No momento em que a gente entende essas coisas, é que a vida nos convida a erguer a cabeça e olhar ao nosso redor. Vão ter situações piores, melhores, surreais. Mas além delas, estarão as possibilidades. Então a gente vai tentar. O primeiro golpe dói muito. Tentaremos de novo. O segundo golpe, bom, parece que de repente a gente ficou meio insensível. Então, será que veremos de fato a oportunidade de encarar essas possibilidades? A gente vai ter que encarar com coragem. Vai ter que encarar enquanto trabalha todas essas coisas que se remexem dentro de nós. O próximo golpe balança, mas não derruba mais. A gente vai se sentir grande. E talvez machuque mesmo assim. Logo, a gente olha por cima daquilo que nos machucou, aprende outro caminho, pega pela mão tudo que pode nos fazer bem. A gente aprende que aquilo que nos desrespeita não é um desafio nosso, é do outro. Vamos organizar o que precisa ser organizado aqui dentro. Sem tudo que não nos cabe e a gente às vezes insiste em carregar. E aí, a gente vai viver. E ser feliz demais.