sábado, 21 de junho de 2014

E, depois de algum tempo, quando senti aquele vento gelado dentro da minha casa a reação não foi de emoção ou simplesmente de frio: senti uma dor compadecida pensando naqueles que não tinham uma casa ou que mesmo ela não seria capaz de os abrigar. Uma dor fraca, porque mesmo imaginando, há dores que estamos longe de conhecer. Se de fato a dor emocional pode ser tão pior que a física, como tantos colocam, penso então no quanto um coração também sofre com esse gelo: esse de quem ao passar do lado de um morador de rua ou de uma pessoa muito carente, ainda é capaz de reclamar das próprias mãos geladas. Esse gelo de quem passa e permanece inerte à dor dos outros. Penso no quanto o inverno é horrível. Mesmo que eu não tenha nada do que reclamar.


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