quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Finais não tão felizes assim


A noite passou se arrastando. Por algum motivo, o barulho dos ponteiros do relógio era suficiente para me fazer ficar com os olhos cheios d’água. Sabia que algo estava errado. Finalmente, hora de acordar, não era tão anormal eu não dormir de noite, ou era? Desci as escadas que davam para a cozinha lentamente, como se algum perigo me esperasse por lá, mas ainda não havia ninguém acordado. Abri a geladeira, servi um pouco de água e sentei-me à mesa, ansiando por alguma notícia, então, um som interrompeu minha angústia, o telefone tocava, não havia percebido, não sabia há quanto tempo,  levantei-me e sem hesitar atendi, a voz do outro lado parecia meio embargada... A notícia caiu como uma bomba, sem reação, não respondi, apenas senti algo apertando minha garganta, e então lágrimas inundavam meu rosto. A primeira coisa que veio na cabeça “Por que ele e não eu?”. Engoli o choro, precisava ser forte, mas as lágrimas continuavam presas em meus olhos, embaçando a visão. Instantaneamente me senti sozinha, encostei-me na parede fria, escorreguei e sentei no chão, ainda havia motivos para continuar?
Prometeu-me que não me deixaria sozinha, que secaria minhas lágrimas, que sempre me abraçaria nos momentos de aflição, e em meio a tantos conselhos que já havia dado em relação a isso, vi que não fazia sentido. No momento, queria ouvir sua risada, ter a certeza de que estava bem, que estava feliz. Quis que estivesse ao meu lado, que me fizesse sorrir, não foi possível.
Perdi noção do tempo, da dor, do que é e era preciso, não tenho certeza de quanto tempo já se passou ou do que fiz naquele momento, mas a dor permanece imutável dentro de mim, inquieta, se debatendo, querendo sair, não achando saída, não achando o fim.
                                                                                        

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